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Ao menos uma vez.

Foto do escritor: PC JuniorPC Junior

Atualizado: 26 de nov. de 2020

Seguindo o padrão da maioria dos meus textos, apresento a questão a seguir com a finalidade de incitar a reflexão na qual quero propor para este artigo. Gostaria que buscasse no seu HD pessoal, a sua mente, se houve algum episódio em sua vida no qual tenha se sentido chateado por conta de alguém que foi mal agradecido com você. Por diversas vezes ocorre aquele momento que agimos por iniciativa própria ou por solicitação, para desprender e entregar uma parcela ou até mesmo todo o nosso tempo em favor de alguém ou causa.


Em situações para informar e aconselhar, ou de maneira solidária em ajudar, abraçar e até mesmo contribuir com algum recurso financeiro. Após esses esforços empregados, aquele indivíduo que foi beneficiado/favorecido, simplesmente age como se nada houvesse acontecido e “nem diz ao menos, obrigado” (Lembrei de um tal de Renato, o russo, falaremos dele mais adiante). E referente ao episódio citado, qual é o sentimento que aflora em seu coração? Ingrato! Não deixamos por menos e logo ventilamos aos quatro cantos a nossa revolta com a ingratidão alheia. Um sentimento muito danoso para nós mesmos, enquanto o mal agradecido em questão leva a vida como se nada tivesse mudado. Pois bem, acredito que seja unânime o quanto detestamos quando não reconhecem o nosso favor. Agora, vamos inverter os papeis, você e eu somos essas pessoas ingratas, somos nós aqueles indivíduos mal agradecidos.


O que dizer então? Realmente somos perversos em não reconhecer o favor que recebemos ou somos apenas relapsos? Somos premeditados e maldosos em não dizer muito obrigado ou a correria do dia a dia faz com que esquecêssemos de dizer? Podemos divagar em diversos argumentos na busca de encontrar o motivo pelo qual somos mal agradecidos, e ainda assim não fecharíamos a conta! Neste momento, me ocorre o seguinte: você pode estar se perguntando, quem é este indivíduo para apontar essa falta em mim sendo que nem ao menos me conhece? Ser chamado de ingrato, é no mínimo uma afronta, e assim como você, também me sinto incomodado. É nesse ponto que quero chegar.


De fato, este texto tem a intenção de fazer essa afronta, mas sempre de maneira reflexiva e nunca impositiva, o que quero com este artigo é refletir sobre o tema: Somos ingratos ou não? Se todas as vezes que recebemos algum favor ou dádiva deixamos de manifestar nossa gratidão, então, somos ingratos. Se você não se senti ingrato, excelente! Continue dessa maneira. Entretanto, tenho minhas desconfianças se alguém é 100% agradecido. Após levantar a questão, pretendo resolvê-la de maneira prática e ilustrativa, para isso quero lembrar de alguém que mencionei nos parágrafos acima, o tal do Renato, chegou o momento de citá-lo!

Renato Junior Manfredini, o Russo, vocalista da famosa banda Legião Urbana, que despontou nas paradas de sucesso nos anos 80’90’, fez uma linda poesia e a musicou, dando o título de Índios. Com certeza, se você tem mais de 30 anos já escutou essa canção. Mas caso integre ao grupo da geração Z, sugiro que busque algum app de streaming de música para conhecer esse clássico do rock'n'roll brasileiro. Voltando a poesia de Índios, em uma das estrofes é dito o seguinte:


“Quem me dera ao menos uma vez Fazer com que o mundo saiba que seu nome Está em tudo e mesmo assim Ninguém lhe diz ao menos obrigado”

Quero destacar essa estrofe da música. Claro que no conjunto da obra existem outras lindas reflexões para serem extraídas, mas será neste ponto que quero debruçar a reflexão, afim de solucionar a questão. Entendo que nessa estrofe o aclamado cantor esteja se referindo a Deus quando diz: “seu nome”. Eu, vejo dessa maneira, mas caso você tenha uma outra interpretação para essa estrofe gostaria muito de conhecer. Se de fato ele está se referindo a Deus, tento fazer um esforço e me colocar no lugar de Deus. Como me sentiria, sabendo que “estou em tudo e ninguém me diz ao menos obrigado”? Tente imaginar ... Deus, o ser onisciente e onipresente, autor e consumador de todas as coisas. É Ele quem protege a mãe solteira que acorda as 4h30 da manhã para preparar quentinha para os seus filhos, pois eles precisarão comer algo quando chegarem da escola, ela irá trabalhar com o coração apertado sabendo que eles estão sozinhos.


Para essa mãe somente Deus é quem pode proteger as crianças e confortar seu coração. Também é Deus quem cuida do pai que sofre o desaforo afrontoso de seu empregador arrogante e ainda assim se mantêm firme como uma coluna de sustentação, pois sabe que precisa desse emprego para poder suprir as necessidades de sua família, e esse mesmo Deus dá a ele força para continuar a lutar. Deus também se revela ao encorajar aquele jovem que acabou de ingressar na faculdade e não tem como manter os custos da vida universitária, mas o incentiva a vender algumas trufas para ajudar na compra dos livros e materiais para seus estudos. Vale lembrar que Deus se manifesta em uma pandemia mundial, em meio as tantas adversidades, incertezas e perdas que são consequências de uma crise de proporções globais, Ele se revela de maneira específica e mantêm nossa mente lúcida.


E claro, também faz parte das atribuições Divinas ser responsável pelo o ar que respiramos, pelo sol que aquece a relva verde e dissipa o orvalho da manhã, é Ele quem dá o dom da vida, e que nos protege de tantos males ou até mesmo que permite que passemos por algumas provas para que possamos sair delas com o caráter forjado e mais preparados para os desafios da vida. Tentou fazer estes exercícios de criatividade e se colocar no lugar dEste que está em tudo? Quando Renato Russo escreveu este trecho penso que ele tentou fazer esta mesma tarefa árdua de se colocar no lugar do autor da vida e imagino o quão desapontado ele tenha se sentido. Acredito que ao levar você a pensar dessa maneira com este texto, estou me aventurando igual ao autor da canção, e na medida que fico refletindo sobre as diversas vezes que Deus tem se revelado e o tanto que “esquecemos” de reconhecer o seu favor, me sinto isolado.


O que me resta é apenas suspirar: “Quem me dera ao menos uma vez”. Pois bem, ao menos uma vez, como poderia se dar isso? Será que exigir toda as vezes o agradecimento a Deus é algo intangível por conta da nossa limitação? Foi então, que tentei encontrar alguma maneira de fazer com que todos digam ao menos uma vez, obrigado. Mas como seria isso possível? Sempre que tenho dúvidas, vou atrás de quem possa me instruir de maneira clara, sim estou falando do google!


Comecei realizar minhas pesquisas sem saber ao certo onde chegaria, foi quando descobri algo. Mas antes, vale mencionar algumas considerações a respeito de nós, brasileiros. Somos bastante ávidos em importar, só para não dizer copiar. Dos nossos irmãos da América do Norte, importamos os Iphones e suas tecnologias, também temos importado outras coisas como por exemplo: o esporte, NBA e NFL, lembro que não faz muito tempo, e essas modalidades nem eram mencionadas em rodas de amigos, e hoje, se você não souber quem foi o MVP da rodada, está totalmente deslocado. Além disso, importamos algumas de suas tradições, uma delas já se tornou extremamente arraigada em nossas escolas de inglês e condomínios residenciais, é a comemoração do Halloween. Trazemos tantas coisas, e ainda assim somos resistentes para uma que eu considero especial! E agora vem a minha descoberta, o Thanksgiving Day, o famoso dia de Ações de Graças.


Já havia escutado por várias vezes a respeito deste feriado estadunidenses, mas nunca parei para entender como ele é de fato. Ao me aprofundar em minha pesquisa , tomei o conhecimento que neste feriado, as famílias americanas se reúnem em uma data específica no mês de novembro com o objetivo de agradecer a Deus!

Me ocorreu então: será que nós, brasileiros, poderíamos copiar, quer dizer, importar esse feriado para celebrar com orações e festa, demonstrando assim nossa gratidão por tudo que temos recebido? E para minha grande surpresa essa data é oficial para nós brasileiros! Surpreso?


Eu também fiquei quando descobri, no portal da justiça e segurança pública do governo federal, que a lei nº781 de 17 de agosto de 1949 institui o dia de ação de graças no Brasil, além do decreto nº 57.298 de 19 de novembro de 1965, que regulamenta as comemorações do "Dia Nacional de Ação de Graças" e para completar a primeira lei, no dia 22 de setembro de 1966 foi estabelecida a lei nº 5.110 a qual determina que o "Dia Nacional de Ação de Graças" deve ser comemorado na 4ª quinta-feira do mês de novembro, sendo o Ministério da Justiça o órgão legalmente incumbido de promover a sua celebração.


Acredite, temos esse dia como data oficial em nosso calendário e nem sabíamos! Será que o meu suspiro e do Renato Russo foi escutado? Será que minha procura por algo que contribua para sermos mais agradecidos tenha chegado ao fim? A partir dessa descoberta e seguindo com a reflexão a respeito de ser grato, temos agora ao menos um alento para nos impulsionar em reconhecer o favor não merecido, pena que precise de estímulos.

Mediante a tal situação, surge em meu coração o desejo de celebrar essa data, quero propor para mim e para minha família essa prática. Quero instituir esse ritual de reconhecimento às dádivas recebidas como uma tradição familiar. Longe de mim a pretensão de forçar para que a data se torne feriado nacional e que todos celebrem de maneira tão intensa quanto o natal, mas gostaria que fôssemos ao menos, mais agradecidos. Se ao longo dessas palavras você se questionou, se colocou no lugar daquele que não tem recebido o obrigado merecido, se você ponderou no tema, considere a possibilidade de realizar nessa data algo verdadeiro e significativo.


Após toda essa jornada dentro do tema gratidão, confirmo o que já suspeitava. Sou ingrato e preciso diminuir essa minha falta, preciso fazer com que a ingratidão tenha menores proporções dentro do meu coração. Na medida que percebo que a ingratidão começou a não me incomodar mais, significa que eu estou me tornando um ser desagradável . Sugiro a reflexão prática para nossas vidas, aquela que nos coloca a prova se realmente reconhecemos o que temos recebido e se mostramos que somos agradecidos. Caso no final da sua avaliação pessoal tenha reconhecido que a gratidão não é algo frequente em seu coração, saiba que há tempo e estratégias para realizar a mudança.


Uma dessas estratégias é essa que aponto no artigo, o dia de Ação de Graças. Faça esse dia memorável e celebre com as pessoas que você ama, apresente-se grato por tê-las por perto. Dê o start para uma nova conduta, diga pelo menos uma vez, Muito Obrigado!


PC Junior

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Alfeu Gustavo Paschoalin Silveira
Alfeu Gustavo Paschoalin Silveira
Sep 17, 2021

Aprendi a tocar violão por causa do Renato Russo e sua Legião Urbana... faroeste caboclo, sexo verbal...(eu sei)....entre outros sucessos que fizeram parte da minha infância e adolescência... show irmão seus artigos são reflexão pura!

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